domingo, 19 de julho de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

SOLIDÃO

Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não

A amizade

Quero falar aos amigos.

Os amigos que tenho são os melhores

que alguém poderia ter.

Além disso, os amigos que tenho

têm muitos amigos e os dividem comigo.

Assim, meu número de amigos sempre aumenta,

já que sempre ganho amigos dos meus amigos.

Foi assim sempre.

Uns ganhei há tempos.

Outros são mais recentes.

E quem os deu não ficou sem eles,

pois amizade pode ser sempre dividida

sem nunca diminuir ou enfraquecer.

Pelo contrário,

Quanto mais dividida mais aumenta.

E há mais vantagens na amizade:

é uma das poucas coisas

que não custam nada mas valem muito,

embora não sejam vendáveis!

Entretanto,

é preciso que se cuide um pouco das amizades...

As mais recentes, por exemplo,

precisam de alguns cuidados.

Poucos, é verdade, mas indispensáveis.

É preciso mantê-los com um certo calor,

cuidar, falar com eles.

Com o tempo eles crescem,

ficam fortes e suportam alguns trancos.

Os mais antigos, já sólidos, não exigem muito não!

São como as mudas de plantas que,

depois de enraizadas, parecem viver sem cuidados,

porém não podem jamais ser esquecidas.

Algo é preciso para mantê-las vivas.

Prezo muito minhas amizades

e reservo sempre um canto no meu peito para elas.

E sempre que surge a ocasião,

não perco a oportunidade

de dar um amigo a um amigo,

da mesma forma que ganhei.

E não adiantam as despedidas.

De um amigo ninguém se livra fácil.

Amizade, além de contagiosa, é incurável.

violencia

É sem dúvida alguma um dos sentimentos capaz de minar uma relação, uma vida, toda a existência entre nós, seres superiores por excelência, cuja capacidade “pensante” nos diferencia dos demais.
Mas então qual será a razão de vivermos mergulhados neste imenso pântano lamacento e movediço, de uma violência gratuita e acutilante...
Vivemos de costas voltadas, os dias são iguais de manhã à noite, a rotina, sempre a mesma rotina (e aqui temos a mais subtil forma de violência...)
O fatídico quotidiano que temos é uma vida inteira igual, sem que consigamos fugir dele ou modificá-lo significativamente.
Acordar e levantar mesmo que a vontade seja rigorosamente nula, preparar refeições preparar os filhos e – mais – isto – e – ainda - aquilo e conseguir cumprir horários...
E de repente lembramo-nos que nos esquecemos e descuidámos algo:
Nós próprios!
Quantas vezes descuramos a nossa alimentação, os nossos gostos, as nossas necessidades, a nossa imagem em prol de terceiros ou por falta de tempo?

Tornamo-nos pessoas impacientes, insatisfeitas, intolerantes (e muitos outros adjectivos com o prefixo “in” ), por tudo aquilo que a vida ambiguamente nos tira e nos impõe.
Depois disto a avalanche é eminente;
E se a um cinzento - Presente juntarmos um Passado negro e muitas vezes com a classificação para M/18 pela crueldade e “desnível” que o caracteriza, então temos a receita para um futuro em branco, vazio e anunciado nesta vida em forma de conjugação gramatical preconcebida e que nos torna cada vez mais impotentes e fúteis.
Deixámos de conversar uns com os outros, porque não temos tempo e quando temos não há assunto ou busca-se uma revista e – outra – mais ou aquele jogo especial como pretextos para um silêncio cada vez mais ensurdecedor que invade lares, vidas e corações... E no meio disto tudo surgem as discussões, as brigas, as agressões....
Já bem grande, a avalanche continua a rolar... rola e rolando esconde o medo, a vergonha, o terror, as infâncias perdidas, as adolescências adiadas, a incapacidade de autonomia e a um projecto de vida que fica irremediavelmente condenado à extinção...
A violência não se traduz apenas pelas diferenças entre os povos, nem tão pouco porque se bebeu uns copos a mais ou porque se é cruel e não se olha a meios para atingir fins.
A forma mais vil de violência trazemo-la nós em nossos corações, porque não sabemos gerir conflitos e romper falsos orgulhos... porque acreditamos em valores que não praticamos... porque não compreendemos que a nossa liberdade acaba quando começa a do outro!

Mil

homofobia