domingo, 5 de julho de 2009

violencia

É sem dúvida alguma um dos sentimentos capaz de minar uma relação, uma vida, toda a existência entre nós, seres superiores por excelência, cuja capacidade “pensante” nos diferencia dos demais.
Mas então qual será a razão de vivermos mergulhados neste imenso pântano lamacento e movediço, de uma violência gratuita e acutilante...
Vivemos de costas voltadas, os dias são iguais de manhã à noite, a rotina, sempre a mesma rotina (e aqui temos a mais subtil forma de violência...)
O fatídico quotidiano que temos é uma vida inteira igual, sem que consigamos fugir dele ou modificá-lo significativamente.
Acordar e levantar mesmo que a vontade seja rigorosamente nula, preparar refeições preparar os filhos e – mais – isto – e – ainda - aquilo e conseguir cumprir horários...
E de repente lembramo-nos que nos esquecemos e descuidámos algo:
Nós próprios!
Quantas vezes descuramos a nossa alimentação, os nossos gostos, as nossas necessidades, a nossa imagem em prol de terceiros ou por falta de tempo?

Tornamo-nos pessoas impacientes, insatisfeitas, intolerantes (e muitos outros adjectivos com o prefixo “in” ), por tudo aquilo que a vida ambiguamente nos tira e nos impõe.
Depois disto a avalanche é eminente;
E se a um cinzento - Presente juntarmos um Passado negro e muitas vezes com a classificação para M/18 pela crueldade e “desnível” que o caracteriza, então temos a receita para um futuro em branco, vazio e anunciado nesta vida em forma de conjugação gramatical preconcebida e que nos torna cada vez mais impotentes e fúteis.
Deixámos de conversar uns com os outros, porque não temos tempo e quando temos não há assunto ou busca-se uma revista e – outra – mais ou aquele jogo especial como pretextos para um silêncio cada vez mais ensurdecedor que invade lares, vidas e corações... E no meio disto tudo surgem as discussões, as brigas, as agressões....
Já bem grande, a avalanche continua a rolar... rola e rolando esconde o medo, a vergonha, o terror, as infâncias perdidas, as adolescências adiadas, a incapacidade de autonomia e a um projecto de vida que fica irremediavelmente condenado à extinção...
A violência não se traduz apenas pelas diferenças entre os povos, nem tão pouco porque se bebeu uns copos a mais ou porque se é cruel e não se olha a meios para atingir fins.
A forma mais vil de violência trazemo-la nós em nossos corações, porque não sabemos gerir conflitos e romper falsos orgulhos... porque acreditamos em valores que não praticamos... porque não compreendemos que a nossa liberdade acaba quando começa a do outro!

Mil