quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

e dificil ser gay parte 2

Às vezes eu acho que se certas pessoas tivessem noção do quão complicado - e difícil - é ser gay, talvez elas não se incomodassem tanto com nossas vidas. Nem aquele pastor, nem o deputado, o senador e tampouco o Papa. Eles enxergariam coisas bem mais interessantes pra fazer e nos deixariam viver com a paz que queremos. Ninguém merece se preocupar com homofobia e, ao mesmo tempo, ter que lembrar de fazer a chuca. Sim, porque passar cheque é über uó; é praticamente assinar uma morte gay. E será que eles sabem o quanto é difícil fazer a bendita? Uma tarefa hercúlea, literalmente. Pior do que isso, só ter de acompanhar todos os álbuns lançados pelas deevas e decorar as letras, escrever críticas, comentá-las e ensaiar a coreografia pra ir na buatche. Aliás, elas estão cada dia mais caras. E descolar um amigo pra ser VIP é uma coisa... Tem que estar ligado, ainda, no que faz aquele galã tesudo da novela das oito e baixar Glee toda semana. Não, eles não têm noção do quanto o verão nos desgasta física e psicologicamente: a sunga Aussiebum, a depilação nas costas, pernas, peito, quadril, axila etc. Sem falar na malhação, né? Gente, será que eles têm idéia do preço de uma academia ou de uma sessão de pilates? Está pela hora da morte, tenham certeza! Porque além de não poder ir à praia no verão, se a gente não malha, não faz, né? Por acaso é bonito ser feio? Não, não é.


Esse povinho que tem mania de falar que nós somos pecadores, doentes ou puramente maníacos por sexo, pedófilos e não sei mais o quê, não sabe que, além de lidar com esses carmas, temos a fatura do cartão no final do mês pra pagar. Sim, porque não importam os xizinhos: nós temos que comprar aquela calça da estação, combinando com aquele tênis fechação e ir na balada imperdível do sábado. Depois a gente trabalha feito um desgraçado pra despejar o salário na conta da Credicard. E, gente, as pessoas pensam que é só isso. Não, não é. Não adianta nada ter a roupinha, a barriguinha tanquinho, e não ter um perfume, uma loção pós-barba e um desodorante decentes. Tem que ser tudo importado, né? Bee que se preze, tem que seguir a linha, ué? Tem a viagem pra Parada, uma vez por ano, pois ela está pra nós assim como Meca está pros mulçumanos. É muito difícil gente, muito difícil. Não tem perfil fake do Disponível.com ou do ManHunt que aguente. Não há terapeuta com ouvidos tão largos. Não há paciência que não se esgote.

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