sábado, 17 de outubro de 2009

Por que nos apaixonamos por quem não devemos?

Por que nos apaixonamos por quem não devemos?


Alguma vez você se perguntou por que se apaixonou por quem não devia? Alguma vez lhe ocorreu que não entende como você se interessa por pessoas que sabe que não lhe convêm e que podem lhe fazer mal? Existem pessoas que se sentem atraídas por homens/mulheres problemáticos, distantes, inacessíveis, costumam terminar amando a pessoa errada e sofrendo por amor.

Por que tantas pessoas ficam obcecadas por outras viciadas em trabalho, álcool, outras mulheres/homens, televisão, esporte ou drogas? Por que se sentem atraídas por pessoas imaturas, incapazes de satisfazer suas necessidades emocionais? Por que lhes custa tanto pôr fim a uma relação problemática?

"Apesar de toda a dor e insatisfação que acarreta, amar muito é uma experiência comum, que quase achamos que é assim como devem ser as relações de casais".


Se sofro por ti, me amarás?
Os companheiros de alcoólatras, de viciados em outras drogas ou de pessoas com desequilíbrios mentais, são pessoas que a vida preparou para buscar o "amor" impossível. Elas se enredam em situações onde o amor é um fim a ser conquistado. Sonham em salvar o homem/mulher que "amam", e pensam que se ele mudasse obteriam, como recompensa, seu amor. Justificam a ira, depressão, crueldade, indiferença, desonestidade ou o vício de seus companheiros. Acham que é possível a mudança e que delas depende.

Suas histórias pessoais podem ser de uma variedade infinita mas todas têm em comum a necessidade de sentir-se superiores e de sofrer. Obviamente, ninguém se converte em uma pessoa assim por acaso. Os porquês vem de longe, em carências da infância que as levaram a um conceito de amor errado.

Desgraçadamente para nossa sociedade, sofrer por amor é romântico, não há um grande amor sem uma grande dor por parte de algum dos protagonistas. Assim, a sociedade reforça suas situações de pessoas que sofrem por amor, vomitando heroínas de dramalhões (por novelas televisivas, em filmes e no romance), que sempre vivem um grande amor pelo qual o preço a pagar é o sofrimento.

Existe um mercado saturado de histórias de amores difíceis, impossíveis, conflituosos, e isso não ajuda ninguém que se sente preso numa relação não gratificante, porque não lhe permite ver tudo o que tem de negativo ou doente que há em sua própria atitude, que a leva a não desprender-se do que a está destruindo.

Estas pessoas, que vivem num palácio ou numa favela, em um país do sul ou do norte, que trabalham como camelôs ou são reconhecidas profissionais, estão tão doentes como seus companheiros e da mesma maneira precisam de ajuda.


Pessoas que amam o companheiro errado
As pessoas que "amam muito" são aquelas que se sentem atraídas por relacionamentos problemáticos, distantes, inacessíveis. Pessoas que depois ficam enganchadas a situações conflituosas por ter formado par com um companheiro inadequado.

Algumas vezes suas histórias chegam à imprensa, geralmente por maus-tratos, pois elas raramente põem um fim no drama no qual se encontram prisioneiras. Costumam inspirar admiração ou lamento em seu entorno. São responsáveis e empreendedoras, mas com pouco amor próprio. Agüentam o indizível e, no entanto, desculpam seus parceiros.

Sonham com o que poderia ser e assim "ficam presas" ao que não funciona, nem as faz felizes. Rejeitam as pessoas "agradáveis" porque lhes parecem chatas, insípidas, por outro lado facilmente se sentem irresistivelmente atraídas pelo outro distante. Este funciona como uma droga para elas e chegam a ficar tão obcecadas, que descuidam de seus próprios interesses: família, amigos, trabalho, relações.

Vivem em uma contínua ansiedade, onde o pão de cada dia é o esforço por entender, mudar ou conseguir a atenção do companheiro "eleito". Gastam suas energias, esgotam o pranto e chegam ao desespero: para elas estar apaixonadas é sofrer.

Se depois de tudo isso, você ainda tem dúvidas se faz parte desse grupo de pessoas, pode começar a fazer as seguintes perguntas: Para você, o estar apaixonado significa sofrer? A maior parte de suas conversas com amigos ou colegas de trabalho são sobre ele? Desculpa seu mal humor, seu mal caráter, sua indiferença e sua indiferença? Sublinha nos livros todas as passagens que a ajudariam? Suporta condutas que não lhe agradam pensando que você for o suficientemente atrativo, ele mudaria? Se sua contestação foi afirmativa, saiba que sua relação de casal prejudica seu bem-estar emocional e que deve buscar ajuda para superar a situação.


Características das pessoas que "amam muito"
As características emocionais das pessoas que "amam muito", são:
· Precisam dar afeto, sentir-se superiores e requisitadas.
· Reagem emocionalmente diante de pessoas inacessíveis.
· Nada representa muito esforço se acham que isso pode ajudar seu companheiro.
· Esperam que ele reaja, conservam a esperança e se esforçam para que ele mude.
· Aceitam mais de 50 por cento da responsabilidade do que não funciona no casal.
· Seu amor próprio é baixo, por isso "ficam presas" ao que não funciona nem as faz felizes.
· Precisam controlar seus companheiros e suas relações mas o dissimulam sob a aparência de ser "úteis".
· Estão muito mais em contato com seus sonhos que com sua realidade


Vítimas do amor
Não há atalhos para sair do vício de amar demais. Cada pessoa que ama muito se auto-engana, diz a si mesma que seu problema não é tão grave. Perceber que são vítimas, começar a buscar o que é bom para elas, recorrer ao caminho para a recuperação é um desafio. Porque se a vida já é difícil para toda pessoa que "ama muito", pior é tomar consciência de sua "doença".

O que é certo é que se escolhe a recuperação, deixará de ser uma pessoa que sofre por amor, para passar a ser um indivíduo que se ama o suficiente para deter a dor. Então poderá ver e reconhecer seu parceiro tal como é: uma pessoa a quem não lhe importam seus sentimentos nem a relação.

Depois, certamente verá que é tão difícil recuperar-se da dependência de amores inadequados como do alcoolismo, ou de outro vício, mas é possível.

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